Aço viabiliza integração precisa de um novo edifício à unidade já existente do Sesc em Goiânia
INCORPORAR TEATRO, salão de eventos, salas multiuso, consultórios odontológicos, banheiros e vestiários em um edifício já existente foi a demanda do programa de expansão do Sesc Goiânia (GO), em 2014. Os espaços deveriam ser distribuídos de modo racional em uma nova construção de quatro pavimentos, localizada em uma área marcada por um tráfego intenso. Como o edifício projetado se integraria a outro bloco de cinco andares, também pertencente ao Sesc, a construção deveria ter medidas geométricas precisas para evitar ajustes improvisados. E para tanto, o aço se mostrou a melhor solução. Na obra, tanto os perfis usados na cravação para a contenção do subsolo como toda a estrutura do prédio, desde a cobertura, lajes em steel deck e até os complementos como escadas, marquises, pergolados e estrutura da pele de vidro, contam com o material. Ao todo, 327 toneladas de aço foram empregadas no local. “Usamos colunas em aço, além de vigas mistas em perfis I solidarizadas às lajes, formando um conjunto resistente à flexão. O sistema de contraventamentos, também executado em aço, garantiu estabilidade às cargas horizontais. Para as lajes, adotamos o sistema steel deck, o que dispensou qualquer tipo de escoramento durante a construção”, detalha Paulo Sérgio de Souza Ribeiro, diretor técnico da Ferenge Estruturas Metálicas.
Sem transtornos
Além de atender ao dimensionamento e às características peculiares do projeto, o sistema construtivo conferiu precisão e velocidade construtiva à obra, que ficou pronta em um período inferior a dois anos. “A opção pelo aço também foi essencial para viabilizar uma execução sem os transtornos de ruído e logística dos caminhões betoneiras, comuns na construção convencional em concreto”, lembra o engenheiro Gustavo Henrique de Lima e Silva, assessor técnico do Sesc Goiás. Dessa forma, a ampliação pôde ser realizada ao lado do prédio já existente, que manteve suas atividades normalmente. O uso da estrutura metálica também minimizou impactos na rotina dos usuários dos prédios públicos e dos moradores do entorno. Com o aço, as marquises e pérgolas curvas projetadas para as fachadas puderam ser executadas sem grandes dificuldades, dispensando formas e escoramento, integrando-se à estrutura principal por meio de parafusos. Aproveitando as características do aço, a estrutura metálica permite que as vigas sejam mais esbeltas, em comparação com estruturas em concreto, o que resultou em maior leveza e amplitude à nova edificação. O uso da estrutura em aço viabilizou, ainda, a instalação do teatro entre o térreo e o primeiro pavimento, de modo racional e simples. Para executá-lo, a alternativa foi criar uma treliça-pavimento no nível do segundo pavimento. Assim, foi possível vencer o grande vão de 16 m e ainda contemplar as necessidades técnicas do espaço. “Tínhamos de atender às altas cargas da instalação que atuam na cobertura, disponibilizar espaço para a passagem de grandes dutos de ar-condicionado e também tratar a carga vibratória das atividades de dança na laje que cobre o teatro”, lembra Ribeiro.
Desafio construtivo
Por estar situado na região central da cidade, com ruas estreitas, trânsito intenso e uma densa ocupação, a preocupação com a instalação do canteiro de obras e com o impacto no entorno foi muito grande. “A escolha do aço reduziu os inconvenientes gerados pela obra. As peças produzidas em fábrica chegavam ao local prontas para montagem, reduzindo a necessidade de canteiros e o trânsito nas imediações”, explica Ribeiro. Já no que diz respeito à montagem das estruturas, a alternativa para contornar a ausência de espaços amplos foi utilizar uma pequena área anexa ao prédio existente para realizar a expansão da unidade. Por conta da indisponibilidade de área para estoque, as peças eram entregues no canteiro a cada dois dias, na quantidade necessária para o período. Uma rampa foi executada no início da obra para facilitar a entrada dos equipamentos. Como o guindaste usado na montagem foi posicionado no nível do subsolo e não podia sair do local com a estrutura já montada, outros dois guindastes tiveram de ser usados para retirá-lo do local. “Os últimos ajustes da estrutura foram feitos com o guindaste já do lado de fora da obra”, relembra Gustavo Mendonça dos Santos, proprietário da Engeseg, empresa responsável pela montagem da estrutura metálica. Além dos perfis I laminados com ligações parafusadas, lajes em steel deck e escadas em aço, a estrutura também contou com estacas metálicas utilizadas para a contenção da escavação. A laje do térreo acabou se fundindo às estacas resultando em uma solução que também serviu como travamento da contenção. “O novo prédio tem ambientes mais amplos, maior número de garagens, hall com pé-direito duplo e fachadas de vidro. Isso só foi possível em função da opção pela estrutura metálica”, diz Santos. (G.C.)